2009/12/30

suspiro do vulto

O tal sentimento ambíguo
De cada vulto que governa a minha mente e o meu coração
Cada momento que deslumbro a tua beleza

O teu olhar brilhante que ofusca cada sombra.
O teu sorriso cintilante que deslumbra os demónios de Hades

A fraqueza que tenho de me deixar seduzir por ti
A vontade que tenho de olhar para cada movimento que fazes
Apreciar cada gesto de ternura que fazes ao seduzir-me
O desejo que tenho de deter o tempo cada vez que me beijas

Mas estarei a deliberar a sentença certa?

Será que não terei que enfrentar mais um inferno?
Será que não irei derramar mais lágrimas sangrentas?

Não serei uma simples sedução tua?
Não serei um simples momento? Um equívoco? Um amor desapaixonado?

Será que sou um vulto esquecido na minha cripta suja de beatas?
Será que vou ser como um cigarro que usas e cujo fumas calcas a sua existência?

Sempre fui uma sombra cuja ninguém sabe de quem pertenço…
Uma mancha negra nesta parede branca…
Uma sepultura esquecida…

Amar-te é fácil
Amar-te é uma bíblia onde escrevo sobre ti e releio sempre que morro e renasço
Amar-te é a minha dúvida
O meu receio
O meu motivo de me esconder

Serei aquele vulto que se senta num café a fumar a ultima alma penada a olhar para uma rosa negra a contar os milénios há tua espera



Sem comentários: